FLÁVIA BITTENCOURT - O BRILHO, A BATIDA E A ALEGRIA


A trajetória dela brilha tanto quanto sua voz e talento pra compor, Flávia Bittencourt é uma das grandes da música brasileira na atualidade e aquilo que começou ainda na época de estudante como um desafio pessoal contra a timidez hoje lhe deu visibilidade de artista universal, a sua música, que carrega raízes culturais de sua região, referências essas que sempre fazem parte do seu repertório além da antena conectada no mundo todo.

A MundiOca encontra Ela no prédio do Instituto de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão - IEMA, local onde, durante décadas funcionou o antigo Colégio Marista, instituição de ensino emblemática da cidade de São Luís onde Flávia Bittencourt passou grande parte da sua fase estudantil, os corredores, as escadas, a capela que hoje é ocupada por uma biblioteca, está tudo presente, 
sob o registro visual de Jorrimar de Sousa e Alunos do IEMA, abaixo relacionados *.

Daí pra adiante vieram outras parcerias, outros lugares, o encontro marcante com Dominguinhos e grandes artistas da música brasileira como Adriana Calcanhoto, Alcione, Geraldo Azevedo, Rita Benneditto, Zeca Baleiro, Luiz Melodia, shows memoráveis no Brasil e na Europa, Paris, Toulouse, Nice, Toulon e Marseille, Lisboa, Roma, Bruxelas e os EUA; em julho de 2011 apresenta-se em Luanda, Angola, ao lado da Orquestra do Rio de Janeiro. Em 2005 a música Terra de Noel de Josias Sobrinho interpretada por ela foi incluída na trilha sonora da novela América, da Rede Globo. São dezenas de prêmios desde o começo da sua carreira, indicação ao Grammy e muita história para cantar.

Conheçam agora um pouco mais dessa grande artista brasileira, criativa, inquieta, engajada, preocupada com a situação política, social e afetiva da população e que sempre tem um mote novo pra reunir pessoas e vertentes e seguir leve e cheia de ritmos com suas canções inspiradas no cotidiano e no universo cultural brasileiro, no sincretismo, na cultura popular, na tradição folclórica de seu país e na música que rola na pista.

Você bem sabe, não vamos te prometer um mar de rosas, mas garanto que há muito o que navegar nessas águas do passado, presente e futuro de Flávia Bittencourt, é só entrar no barco da MundiOca revista, pode ser agora, pode ser todo domingos.


Foto Jorrimar de Sousa


 Como surgiu a música na tua vida?

Flávia Bittencourt: ouça AQUI


 A tua saída do Maranhão pra morar no Sul foi determinante na tua carreira?


FB: Sim, eu acredito que algumas decisões na vida podem mudar completamente o rumo de sua trajetória, me trouxe um senso de responsabilidade e disciplina fundamentais para que eu pudesse tocar minha carreira e estudos adiante...


Ouça mais sobre


Foto Victória Serra


 O Brasil respeita muito a música feita no Nordeste, mas é comum vermos atitudes preconceituosas contra o nordestino, em algum momento tu sentiu isso?


FBSenti alguma dificuldade por ser mulher, mais do que por ser nordestina, na noite, sozinha, e vivi algumas situações bem desconfortáveis, na realidade, desde que vivia em São Luís e comecei a me “enturmar” com os músicos da época, apesar da pouca idade. 

Na faculdade sim, senti um preconceito em alguns momentos de alguns professores, coincidentemente mais cartesianos, por ser nordestina. Um deles me olhou de cima abaixo e falou coisas no primeiro dia de aula do tipo: “olha, aqui tem que estudar” e outras baboseiras mais.


Foto Jorrimar de Sousa

Foto Jorrimar de Sousa


 E os shows fora do Brasil, sei que tiveram momentos marcantes.


FBA França foi o primeiro. Foi em 2007 junto com o cantor Marcos Sacramento e fizemos uma turnê pelo país finalizando no New Morning, em Paris. 

De lá pra cá fizemos algumas turnês em outros países da Europa como Portugal, Polônia, Espanha, Itália, e por aí vai. 

O que posso dizer é que fiquei maravilhada com tamanha receptividade pela música brasileira e a curiosidade, carinho que o público demonstrou. Foi uma experiência incrível.

Já os EUA tenho desbravado artisticamente desde 2017, é um mercado que considero um pouco mais difícil para com a música brasileira que não a bossa nova, mas ainda assim os shows realizados até hoje foram muito bem recepcionados pelo público e a divulgação em Nova York, nas rádios e jornais, foi muito massa.

Acredito que eu tenha levado a bagagem musical dos ritmos brasileiros, do Maranhão, terra onde nasci e que naturalmente dialoga com minha música.


Foto Jorrimar de Sousa

  E o encontro com Dominguinhos?


Flávia Bittencourt: responde no audio


 A maternidade mudou algo na tua vida profissional e/ou pessoal? 



 Como tu observa o cenário da musica nacional atual?


FB: A forma de produzir música e distribuir está bem mais dinâmica e também mais equilibrada, acredito que a voz da, antes, minoria possui muito mais destaque nos dias atuais, e eu acho muito bacana e importante que continue assim. Por outro lado, o mercado se tornou mais competitivo e a criatividade se faz mais necessária ainda.


Foto Jorrimar de Sousa

 E a Flávia Bitencourt engajada, das causas feministas e sociais como ver o atual momento político brasileiro?


FB: É muito difícil, estamos com um desgoverno, misógino que toda vez que abre a boca pra dissertar sobre qualquer questão humanitária e de cuidado com o povo se mostra o pior dos piores possível. 


 A pandemia te afetou muito? Que aspectos negativos tu citarias, e se teve algum lado positivo?



 O que o mundo pode esperar da Flávia Bittencourt a partir de agora?

FB: Continuar a caminhada na música, nas artes nas mais várias formas possíveis e que me forem permitidas.



* Essa entrevista contou com o registro fotográfico e áudio visual de Jorrimar de Sousa e alunos/as do 1°; 2° e 3° ano do curso técnico em produção de áudio e vídeo do IEMA – Instituto de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão, UP São Luís, sob a orientação do professor Emilson, abaixo relacionados/as.

Agradecemos também o professor Nico Bezerra coordenador da biblioteca Laura Rosa/IEMA UP São Luís pela atenção e carinho.

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Kayllanne Jheyss - câmera/fotografia

Victória Serra - fotografia

Felipe Benício - som direto

Júlia Arouche - som direto

Adriano Luz - produção (equipe)

Hercilia Costa - produção (equipe)

Kerolin - produção (equipe)


Foto Jorrimar de Sousa

Foto Jorrima de Sousa

foto Jorrimar de Sousa




Beto Ehong

Cantor, compositor, ator, produtor cultural

Bacharel em Comunicação Social - Rádio e TV/UFMA

Mais informações www.betoehong.com

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