DECIDIMOS EXISTIR! CADÊ O CIRCO?

 

Beto Ehong em show com a Banda Negoka´apor em 2006, no Circo da Cidade

É difícil imaginar que algum governo pudesse pensar a possibilidade de desfazer um espaço tão poderoso, no sentido de proporcionar tanta beleza, criatividade, acesso às várias vertentes artísticas, e o manter em silêncio por tantos anos, por mais de uma década diga-se, sem oferecer momentos de alegria para o povo ludovicense e turistas, um espaço que agregou produções culturais em toda sua história, criando oportunidade para músicos, dançarinos, palhaços, atores e atrizes, produtores, técnicos, comerciantes formais e informais, gerando renda e entretenimento à população e palco para centenas de eventos com atrações locais, nacionais e internacionais.

 

O Circo Cultural Nelson Brito dantes instalado no Aterro do Bacanga, ao lado do Terminal da Praia Grande, na época um ponto estratégico, localizado no coração do Centro Histórico de São Luís saiu de cena para dar palco há um projeto fracassado de VLT, aliás, na Palhaçolândia VLT significa Você Levou um Trote, findado o “teatro” eleitoral a cidade amarga o golpe, inclusive com ônus até os dias de hoje, pois o fadado trem jaz em algum depósito enferrujando as contas públicas, ainda mais, talvez até, ironicamente, junto com as arquibancadas, lona e outros trapézios do nosso circo.

 

Cadê o Circo? Decidimos existir, com toda a alegria que habita nosso cotidiano, e pedir o Circo da Cidade de volta é uma bandeira que inclui, além daquele espaço físico vibrante, com liberdade para criação e produção, democracia e diversidade cultural, exigir uma atitude que finalmente ponha São Luís em seu protagonismo cultural tão merecido, uma luz no fim do túnel, uma chamada geral e atenta à tantos desmandos. Um recomeço. Isso é o coadjuvante para um avanço econômico, social, político e cultural de qualquer cidade. Não é pouca coisa.

 

É por isso que faço parte desse desejo desde os primeiros anos após a desmontagem do circo em 2012, em que artistas, produtores e amantes da arte renunciavam afazeres do dia a dia pra se encontrarem e perguntarem Cadê o Circo? Seja em abraços coletivos, na imprensa, em shows, universidades e nas redes sociais.

 

O circo envolve tudo isso e muito mais, é valor afetivo, criativo e econômico, e é por isso que decidimos existir e querer saber, Cadê o Circo?

 

Beto Ehong

Artísta, produtor, radialista e membro do coletivo Cadê o Circo

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